Nestes 20 dias...

Este ano, após alguma insistência de amigos e a minha necessidade de fazer algo diferente (talvez não assim tão diferente quanto isso), fui para a ilha do Porto Santo. Criei o hábito nos ultimos anos de passar lá as minhas férias, mas nos ultimos tempos deixei de ir, por um sem número de razões, que outrora deixaram de me fazer significado mas que nestes ultimos tempos tempos funcionaram como uma bomba de oxigénio.

Para quem não sabe, o Porto Santo está para a Madeira como o Algarve está para os continentais. Na falta de melhor toda a gente vai lá bater, e da maneira que o país está, o Porto Santo encheu. Gente de todas as idades, muitos conhecidos e amigos, encontravamo-nos diariamente na praia e nos bares locais à noite, falando do alcool bebido na noite anterior, da rapariga que tal rapaz conquistou, das figuras tristes que tal pessoa faz.

E aí parei para pensar.

Que raio de vida ando eu a levar? Com estes temas que tinha aos 16 anos. Não era assim que me imaginava ficar tantos anos depois. Está bem que tenho a desculpa de ter saído de uma relação longa e agora quero aproveitar a vida. Mas será isto a maneira certa de a aproveitar ? ...Talvez sim. Mas e os outros? É dificil explicar o que penso, por um lado compreendo por outro lado reprovo. Enfim.. isto para dizer que saí de lá saturado com os mesmos temas diários e reparei que é a conversa que tenho com muitos dos meus "amigos". E senti-me triste com a evolução.

E não estou a criticar quem o faz, todos são livres de o fazer. Obviamente que adoro estar à noite com amigos meus à conversa num bar qualquer, a beber qualquer coisa e às vezes abusamos. Mas daí a fazer disso um objectivo de noite? beber shot's até cair para o lado. Curtir com uma rapariga/rapaz e meter uma cruzinha numa folha de papel ....

Estou a ficar velho...

Outra coisa que me deixou a olhar de lado, foi a quantidade de situações de pancadaria que vi num curto espaço de tempo. Não havia dia em que não houvesse... Com ferros, facas, cadeiras etc. Ainda me lembro do Porto Santo quando a arma mais perigosa de lá era um ferrão de uma abelha. Tempos mudaram... infelizmente para pior.

Mas tirando estas coisas, o convivio lá em casa foi optimo. Fiz novos amigos, o que é sempre bom. Tive tempo para pensar na minha vida e ver o rumo que quero levar a partir de agora (isto até mudar de ideias de novo). E espero repetir, uma vez mais... mas não para o ano. Para ano é a vez do Interrail...